Quando tinha 37 anos, JOSÉ VANDERLEI PEREIRA decidiu que era hora de cumprir outras missões. E no seu horizonte estava a Unidade 10 do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville. Se passaram 15 anos e hoje, aos 52, casado e pai de um rapaz de 19, sabe que é um caminho sem volta.
“Escolhi ser bombeiro porque é o indivíduo que, integrado de forma profissional ou voluntária a uma corporação, tem por atividade cumprir diferentes missões que nos são dadas. Não apagamos somente incêndios. Somos chamados para desde salvar um gatinho no telhado até pessoas presas dentro de veículos em acidentes de trânsito, tempestades, explosões, vítimas de quedas, pessoas presas em elevadores…”
A emoção toma conta quanto os assuntos se voltam para cenas da vida real. “Nas ocorrências, sinto que sou a esperança para amenizar um pouco o sofrimento ou até mesmo salvar a vida daquela pessoa que precisa do meu auxílio. E, no fim de cada chamado, saio feliz com a certeza do dever cumprido.”
Em 15 anos, centenas de situações compõe o repertório da memória do bombeiro. Mas é a de um capotamento de carro com várias pessoas, entre eles dois irmãos, que faz os olhos marejar. “A menina tinha apenas escoriações; já o menino, tinha um corte contuso na altura do joelho. Quando eu avaliava o irmão ela, mesmo deitada e sendo atendida por outro socorrista, me chamou e disse: tio, não deixa o meu irmãozinho morrer.”