O bombeiro e socorrista da equipe Delta do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville (CBVJ), Thiago Fernandes, será homenageado, nesta quinta (6), com a “Medalha de Defesa Civil Laurita Pedroso de Oliveira” de 3ª classe, concedida pelo município de Barra Velha. A honraria será concedida em reconhecimento aos relevantes serviços prestados no período em que comandou a corporação daquela cidade no biênio 2016-17. A cerimônia será realizada no plenário da Câmara de Vereadores, a partir das 9h30.
“Esta medalha representa o encerramento de um ciclo de trabalho no Corpo de Bombeiros Voluntários de Barra Velha”, diz Fernandes. “Traz um sentimento particular de gratidão porque nunca esperamos este tipo de reconhecimento”. E ele tem muito do que se orgulhar. Com apenas 18 anos de idade já era subcomandante da unidade do Litoral e, aos 32 chegou ao posto máximo do operacional – foi o sexto bombeiro a conquistar a divisa nos 20 anos de história da corporação fundada em abril de 1998.
Em 12 meses de comando, Fernandes promoveu profunda reestruturação do Corpo de Bombeiros, trabalho que alavancou o serviço de salvamento e resgatou a imagem dos voluntários. A reformulação propôs a implantação do número 156 para chamadas de emergência; a recertificação dos bombeiros; criação do curso de formação de bombeiros voluntários para suprir as escalas operacionais e, por fim, reativação da frota. “Os bombeiros voluntários voltaram a fazer parte da sociedade”, resume.
Apesar do “choque de gestão” que promoveu, as melhores lembranças são as que remetem ao verdadeiro espírito de camaradagem e confiança, a essência do ofício bombeira. “O que me marcou, como comandante, foi o compromisso que os bombeiros tinham comigo e com o nosso projeto de trabalho”, garante. Por força do estatuto, o vínculo estabelecido se tornou vitalício. Fernandes agora faz parte do Conselho de Comandantes e, assim, continua a contribuir com a comunidade de Barra Velha por meio do seu conhecimento e dedicação de horas de trabalho voluntário.
Líder do Mirim, um modelo
O caminho até a cadeira de comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Barra Velha começou a ser trilhado ainda quando menino. Filho de ex-ministra, o desejo de envergar uma farda e compor as fileiras nas formaturas era latente desde muito cedo. De família joinvilense, logo precisou escolher “democraticamente” entre três opções de atividades para o contraturno escolar apontadas pela mãe: a escola de futebol do Joinville Esporte Clube (JEC), o escotismo ou o Programa Bombeiro Mirim.
Sem pestanejar, em 1996, aos 12 anos de idade, Fernandes cruzou o portão da rua Jaguaruna, número 13, endereço do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville desde 1913. Quando vestiu o uniforme cáqui e recebeu o boné vermelho do seu primeiro líder, o bombeiro voluntário Márcio Baumrucker, o coração foi cooptado pelo universo dos “soldados do fogo”. “A minha liderança, a postura no trabalho, aprendi no Bombeiro Mirim com meu líder. Muito do que tenho veio dele”, diz, referindo-se a Baumrucker, coordenador do Programa por 15 anos e hoje chefe da Equipe Tradição.
Depois de cinco anos no Mirim, Fernandes passou para a turma de aspirantes (a partir dos 15 anos), período que estreitou a convivência com os bombeiros voluntários para aprender e praticar as ações de salvamento. Na ânsia de conquistar o uniforme vermelho e cinza, aos 17 anos Fernandes se transferiu para a pequena corporação de Barra Velha, onde havia maior chance de integrar o grupo operacional mesmo antes da maior idade.
Assim, encerrou o primeiro ciclo em Joinville. A bagagem adquirida em seis anos na corporação de voluntários mais antiga do país o colocou no posto de subcomandante na cidade vizinha assim que completou 18 anos. Como “todo bom filho a casa torna”, em 2014 Fernandes voltou ao CBVJ, desta vez como bombeiro remunerado. Mas, manteve dupla jornada: até 2016 prestou serviço voluntário em Barra Velha e, quando deixou o comando da unidade do litoral, se afastou também das suas escalas operacionais. Entre as duas corporações, Fernandes soma 22 anos trabalho.
Quem foi Laurita Pedroso de Oliveira
A medalha da Defesa Civil de Barra Velha presta homenagem a Laurita Pedroso de Oliveira, fundadora da Associação de Amparo a Portadores e Ex-portadores de Câncer (AAPEC), desde 2013 – nos anos anteriores era mantida como Medalha da Defesa Civil Municipal de Barra Velha.
Laurita morreu em julho de 2013, vítima da doença, mas seu legado é mantido por voluntários. Há uma sede administrativa, no Centro da cidade, e um brechó, que revende peças de roupas e acessórios, próximo à Praia Central. A arrecadação é revertida para manutenção de programas assistenciais.
Também só a partir de 2013 os bombeiros voluntários de Barra Velha e São João do Itaperiú foram incluídos na lista dos agraciados. Este Ano a Defesa Civil vai homenagear 38 pessoas e entidades com a medalha de 2ª e 3ª classe. A concessão foi feita por meio do decreto 1.268, de 6 de novembro de 2018.
Quem são │Os bombeiros agraciados
Thiago Fernandes
Ex-comandante do CBVBV (primeiro ano da gestão 2016-17)
Moisés Poleza
Ex-comandante do CBVBV (segundo ano da gestão 2016-17)
Vânio César Mattei
Ex-comandante do CBVBV
Carlos Roberto Ribeiro Mendes
Ex-presidente da Associação Corpo de Bombeiros Voluntários de Barra Velha
Lenilson Domingos da Silva (in memoriam)
Subcomandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de São João do Itaperiú