No primeiro trimestre deste ano, os Bombeiros Voluntários de Joinville foram chamados 129 vezes para resgatar algum animal silvestre que estava em ambiente doméstico ou, em alguns casos, machucado. Nos três primeiros meses de 2020, as cobras lideram o ranking das ocorrências para resgatar animais: foram 69 chamados ao 193. Já nos 12 meses do ano passado foram os gambás que “causaram”. Os bombeiros precisaram sair 177 vezes para realocar os bichinhos no habitat natural.
Quando serpentes, gambás, lagartos, furões, entre outros bichos, estão apenas “perdidos fora de casa” como nos telhados de casas, postes de energia ou árvores — colocando em risco a vida das pessoas ou a deles próprios —, os bombeiros voluntários fazem o resgate e devolvem para a natureza, em local seguro. Porém, nem sempre os animais estão em perfeitas condições de saúde. Nesse caso, o CBVJ recorre às entidades de proteção instituídas para dar o atendimento clínico necessário antes de serem soltos nas áreas de preservação.
Em dezembro do ano passado, por exemplo, os Bombeiros Voluntários resgataram um tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus) na área urbana do distrito de Pirabeiraba. A ave foi encaminhada para a clínica Dr. Selvagem — Medicina de Animais Silvestres e Exóticos que constatou fratura na pata esquerda. O diagnóstico e tratamento, até a devolução para a natureza, foram feitos também voluntariamente, a exemplo dos bombeiros, pelos veterinários Igor Margo e Maurício Mateo.
Mais recentemente, em fevereiro, os bombeiros voluntários foram chamados para resgatar um cachorro que estava machucado e em local de difícil acesso. No local, constataram que se tratava, na verdade, de um cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) jovem. Novamente recorreram à clínica Dr. Selvagem — Medicina de Animais Silvestres e Exóticos e os exames revelaram lesão na cauda e fratura na região pélvica proveniente de um evento traumático. Este animal ainda está em tratamento.
O bombeiro voluntário, Fábio Silverio, alerta que jamais se deve maltratar ou alimentar os animais silvestres. “Dessa forma, se preserva o instinto natural deles, que é buscar o alimento na natureza”, ensina. Oferecer alimento traz outras consequências ainda piores. É que ao se aproximar demais do ambiente doméstico, o animal fica exposto risco de sofrer um evento traumático ou maus tratos. Em caso de dúvidas, as pessoas devem buscar orientação de como proceder com a Polícia Militar Ambiental e Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (Sama).
Saiba mais │Como proceder quando um animal silvestre se aproxima das residências:
– Não alimentar;
– Não se aproximar;
– Afastar os animais domésticos;
– Aguardar que o animal vá embora.
Os três mais │Animais silvestres resgatados
Qual | Em 2019 | Em 2020 (jan/mar) |
Cobra | 171 | 69 |
Gambá | 177 | 42 |
Lagarto | 13 | 08 |