No primeiro trimestre foram atendidas 33 ocorrências com vazamento de GLP,
número maior que o registrado no mesmo período do ano passado
No dia 5 de maio fará um ano que um vazamento GLP (gás de cozinha) causou uma explosão em uma casa no bairro Costa e Silva. Três pessoas ficaram feridas e uma morreu, todas da mesma família. Mesmo depois desta tragédia, os Bombeiros Voluntários de Joinville continuam registrando ocorrências com os mesmos riscos.
E, pior, os casos aumentaram. Outro agravante: boa parte dos vazamentos ocorre em botijões (tecnicamente denominados P13) instalados em apartamentos ou escritórios, locais onde a legislação exige que o armazenamento seja feito em ambiente externo.
No primeiro trimestre deste ano, os bombeiros atenderam 33 chamados para verificar casos de vazamento ou até mesmo princípio de incêndio provocado pela instalação inadequada do botijão de GLP – média de 11 chamados por mês. De janeiro a março de 2017, a média foi de 8,3 ocorrências. Durante os 12 meses do ano passado, o vazamento de gás foi responsável por 137 atendimentos dos bombeiros.
Risco em potencial
O bombeiro voluntário e coordenador do Centro de Atividades Técnicas (CAT) do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville, Luciano Mendonça Seiler, diz que é necessária a consciência coletiva do risco e da prevenção. “Um acidente provocado pelo vazamento de gás certamente vai afetar um grande número de pessoa, famílias que estão no local e também as que estão no entorno. Pequenas quantidades de gás que vazem têm potencial para destruir e até derrubar um prédio”, alerta. O tema é de extrema gravidade, pois pode causar o colapso (queda) de uma edificação inteira, afetando grande número de pessoas.
O bombeiro lembra que a prevenção é a única alternativa para evitar que acidentes de maior proporção ocorram por causa da instalação inadequada dos botijões. “As pessoas precisam entender que o gás é produto essencial na vida moderna e indispensável no dia a dia das para a preparação de alimentos e dezenas de ouras aplicações. Mas, ao mesmo tempo, extremamente perigoso”, diz.
Ele ressalta que as instalações de gás devem obrigatoriamente estar localizadas nas áreas externas das edificações, em locais denominados abrigos (para pequenos volumes de armazenamento), ou centrais (para volumes maiores que 90 kg de gás). “Além de proibida, a instalação de botijões no interior das edificações é fator de extremo risco para ocupantes e vizinhos. Precisa ser planejado já na construção do imóvel”, reforça.
Mendonça faz outro alerta para que todos fiquem atentos ao tema – síndicos e moradores precisam fiscalizar uns aos outros. “Os moradores precisam ficar atentos para a segurança de todos”, orienta.
A regulação das normas e especificações de proteção contra incêndios é feita pela lei municipal 2027/1985 (regulamentada pelo decreto 26193/15) e pela lei estadual 16157/2013, vigente em Joinville desde 29/12/2015.
Como proceder
- Onde buscar orientação: no CAT dos Bombeiros Voluntários por meio do e-mail catresponde@cbvj.com.br .
- Onde denunciar irregularidades: na Secretaria do Meio Ambiente (Sama) pelo fone 3433-2230 ou e-mail gab@joinville.sc.gov.br; Ouvidoria do município pelo número 156.
Como prevenir:
– Faça instalação da central de gás ou botijão na área externa da construção com a supervisão de profissional habilitado (engenheiros e arquitetos);
– Observe a data de validade da mangueira de gás e dos reguladores de pressão; faça a troca quando necessário;
– Faça verificações periódicas das conexões em busca de vazamentos (nunca faça a verificação com uso de fósforos ou isqueiros);
– Evite manuseio desnecessário da válvula do botijão;
– Adote a rotina: quando entrar em casa, só acenda as luzes ou use o celular quanto tiver certeza que não há vazamento (o cheiro é o principal indicador);
– Quando se tratar de condomínios residenciais ou comerciais, jamais utilizar botijão na área interna;
– Observe o comprimento máximo das mangueiras de ligação de aparelhos a gás no interior das edificações (máximo de 1,25m);
– O uso de GLP para demais usos residenciais também precisa de cuidados especiais:
- Aquecedores: é proibido no interior das edificações e requer a existência de ventilação adequada e dimensionamento correto por profissional habilitado;
- Lareiras e churrasqueiras: são necessários cuidados e manutenções adequadas;
– O uso de recipientes do tipo P2 (os populares “liquinhos”) é proibido;
– Uso de “fogareiros” é perigoso e requer os mesmos requisitos como para os fogões residenciais.
– Não permita a passagem de mangueiras de condução de gás por trás do fogão, ou que passam por locais que possibilitem contato com superfícies aquecidas.
Cuidados em caso de possível vazamento:
– Se o botijão estiver na área externa da casa, coloque espuma junto à válvula e observe a formação de bolhas;
– Se o botijão estiver dentro de casa, saia imediatamente e retire as pessoas, desligue a energia elétrica na caixa externa.
– Se possível, ventile o local, proporcionando abertura de portas e janelas.
EM QUALQUER DOS CASOS, CHAME OS BOMBEIROS PELO 193.
Em dados
Vazamentos de gás
Em 2017 | Em 2018 | ||
Mês | Ocorrências | Mês | Ocorrências |
Jan | 10 | Jan | 16 |
Fev | 05 | Fev | 02 |
Mar | 10 | Mar | 15 |
Total | 25 | Total | 33 |
Média/mês | 8,3 | Média/mês | 11 |
(Fonte: CBVJ)