Os Bombeiros Voluntários de Joinville farão homenagem ao ex-presidente da Associação, José Henrique Carneiro de Loyola, no próximo dia 12 de outubro, no seu aniversário de 90 anos. Membros da diretoria, comando e um grupo do Polo de Produção Musical – Banda dos Bombeiros terão um momento de conversa, saudações e música na casa do aniversariante. Segundo o presidente da Associação, Moacir Thomazi, o momento será de agradecimento ao trabalho desenvolvido por Loyola. “Ele contribuiu, de forma singular, para o engrandecimento dos Bombeiros Voluntários de Joinville. É um defensor do nosso modelo”, disse.
Encontro com presidente do centenário terá presença de membros da diretoria, comando e Banda de Música
Loyola foi presidente da Associação Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville por seis anos – de julho de 1991 a maio de 96, e de dezembro de 1997 a junho de 1998 – , justamente no primeiro centenário da corporação, comemorado em 13 de julho de 1992. Como presidente, promoveu a revitalização da instituição, inaugurou o Museu Nacional dos Bombeiros Voluntários e criou o sistema que possibilitou a doação de recursos por meio da fatura de energia elétrica, até então inédito no país. Em 1994, criou a Associação dos Bombeiros Voluntários no Estado de Santa Catarina, então com 11 signatárias – hoje, são 31 corporações filiadas.
Conheça mais – O empresário e ex-Senador da República Henrique Loyola tem uma trajetória marcada pela sólida liderança empresarial, com expressiva presença nas áreas social e política do Estado. Controlador de grandes empresas, como a Cia Fabril Lepper, em Joinville, e a Fiação São Bento, em São Bento do Sul (SC), ele foi presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville e da ETT/Sociesc, além de fundar a Associação dos Bombeiros Voluntários de Santa Catarina (ABVESC), da qual é presidente de honra.
Apesar da influência familiar, Loyola decidiu caminhar por conta própria. Começou a vida profissional como estagiário de um banco, ingressou na Fabril Lepper como auxiliar de Contabilidade, atendendo a um anúncio de jornal, e aos poucos, transformou a empresa (que enfrentava sérias dificuldades e corria o risco de insolvência, como tantas empresas familiares na época) na âncora de um sólido grupo empresarial. Depois, em 1972, assumiu a gestão da Fiação São Bento (FSB), em São Bento do Sul, e levou a pequena empresa a se tornar uma referência na produção de fios de qualidade no País. Em 2022, ele celebrou 50 anos como presidente da FSB.
Formou-se em Ciências Econômicas e especializou-se na USC (Universidade Sul da Califórnia), nos EUA, e no INSEAD – Instituto Europeu de Administração de Negócios, em Fontainebleau, na França, dois dos principais centros de formação empresarial do mundo.
A convite do ex-governador Pedro Ivo Campos, foi secretário Estadual da Indústria, Comércio e Turismo de Santa Catarina, de 1989 a 1991, sem ser afiliado ao partido do governador. Nesse período, à frente de instituições como a Junta Comercial do Estado, Inmetro, INPI, Santur, Hidrominerais, Santinvest, CEAG (hoje Sebrae) e Empretec, teve como grande desafio implantar o Programa de Desenvolvimento Industrial de Santa Catarina. O Prodec teve como missão viabilizar a implantação de novas unidades industriais e a expansão das já existentes, gerando receitas, impostos e novos empregos. Com isso, se consolidou como um importante estímulo ao crescimento socioeconômico de Santa Catarina.
Em Joinville, Henrique Loyola foi presidente da Acij e da ETT/Sociesc (hoje UniSociesc). Ao mesmo tempo em que era presidente da Acij e da ETT/Sociesc, Loyola assumiu a presidência do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville. Entusiasta do modelo dos bombeiros voluntários, ele assumiu a entidade em um momento crítico. Às vésperas de completar 100 anos de atividades, os bombeiros estavam em sérias dificuldades, com dívidas e equipamento sucateado. Com sua capacidade de mobilização e visão empresarial, Loyola conseguiu a viabilização dos festejos do centenário e, ao longo de 10 anos, realizou uma transformação na corporação: reformou e ampliou unidades descentralizadas, instalou o Museu dos Bombeiros e criou a inédita estratégia de arrecadação por meio da Celesc, garantindo a sobrevivência da corporação.
Também estimulou as empresas locais a integrar as suas brigadas industriais de proteção e combate ao fogo ao Corpo de Bombeiros Voluntários. Com isso, viabilizou o aumento do número de unidades, passando de duas para oito – fazendo com que, em média, cada uma delas atendesse um núcleo de 52 mil pessoas na cidade.
Nos anos em que esteve sob a presidência de Loyola, a corporação foi revitalizada e modernizada. A mobilização de recursos públicos e os valores arrecadados junto à comunidade pela conta de luz contribuíram para ampliar as instalações e modernizar os equipamentos de combate ao fogo, busca e salvamento de pessoas. O número de sócios com contribuições mensais passou de cerca de 800 para 34 mil e a frota subiu de 19 para 38 unidades (80% novas). As medidas capacitaram os bombeiros a atender qualquer emergência no perímetro urbano de Joinville em uma média de cinco a sete minutos.
(Com informações da jornalista e escritora Maria Cristina Dias)