As altas temperaturas da estação favorecem a incidência de animais peçonhentos e, por consequência, aumentem os riscos de acidentes. O resgate de serpentes é o responsável pelo maior número de ocorrências registradas pelos Bombeiros Voluntários de Joinville entre todas as espécies e é justamente entre os meses de dezembro a março quando mais ocorrem chamadas.
Durante todo a ano de 2016 os bombeiros resgataram 143 cobras em áreas próximas ao convívio urbano (87 delas no período dos quatro meses mais quentes). Já em 2017 esse número aumentou para 157 capturas – 77 delas feitas no mesmo período.
Segundo o bombeiro voluntário Fábio Silvério, que é credenciado pelo Núcleo de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Voluntários de Barra Velha – uma referência nessa área para o Norte do Estado -, os acidentes mais comuns com animais peçonhentos, em Joinville, envolvem abelhas (principalmente em períodos migratórios) e serpentes das espécies jararaca, jararacuçu e coral-verdadeira. “A picada desses animais tem importância médica e a pessoa precisa procurar atendimento para receber o soro antiapílico ou antiofídico”, alerta.
Cuidados
Segundo Fábio Silvério, a presença de serpentes em espaços urbanos ocorre com mais frequência em terremos próximos a áreas de mata atlântica degradadas. Mas há outros fatores que favorecem a maior incidência, como o acúmulo de lixo, restos de madeira e materiais de construção, ou mesmo vegetação alta ao redor das casas.
É que nestes locais proliferam ratos, baratas, lesmas e até mesmo sapos que são os alimentos das serpentes. “O rato ainda é o maior chamariz para as cobras. Por isso a importância de se manter os terremos limpos, livre de lixo e entulhos”, orienta.
O risco de agravar os acidentes com serpente aumenta, segundo ele, caso a pessoa tente capturar o animal para identificar a espécie. O procedimento recomendado é, usando um telefone celular, fotografar a cabeça do animal. A existência de fosseta loreal (orifício entre os olhos e narinas) já indica que o exemplar é da espécie peçonhenta.
Pequenos e perigosos
Há outros animais peçonhentos de ocorrência comum na região de Joinville, como aranhas (marrom e armadeira), escorpião amarelo e a lonomia obliqua – conhecida popularmente como taturana. No caso dos aracnídeos (aranhas e escorpiões) se precisa redobrar os cuidados com o manuseio de caixas de frutas, embalagens tipo pallets e terrenos onde tenha restos de materiais de construção.
Não menos perigosas são as taturanas. A lagarta mede apenas de 5 e 7 centímetros, mas tem o corpo coberto de pelos espinhosos de onde libera uma toxina letal. O maior perigo ocorre quando há contato com várias lagartas ao mesmo tempo – por exemplo, ao subir numa árvore onde existe uma colônia. Nesse tipo de acidente, é preciso buscar socorro médico sem demora.
Cuidados
– Manter os terrenos livres de lixo, restos de madeira e materiais de construção e de vegetação alta;
– Ao fazer a limpeza dos terremos, poda de árvores ou mesmo jardinagem, usar luvas, botas e perneiras para prevenir acidentes durante a roçada;
– Promover a desratização regularmente;
– Pinte de branco os troncos das árvores próximas às residências. A medida facilita a visualização de lagartas urticantes;
– Se encontrar um escorpião, jamais esmague porque dificulta a identificação. Faça a captura improvisando uma pinça longa e acione a Vigilância Sanitária;
– Em todos os casos, busque atendimento médico e acione os bombeiros pelo telefone 193