Encerra nesta sexta (26) as duas semanas da capacitação sobre resgate veicular promovida pelos Bombeiros Voluntários de Joinville para os Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Joinville.
O treinamento em conjunto teve como proposta alinhar os procedimentos em situações que envolvam atendimento pré-hospitalar, múltiplas vítima e até a existência de produtos perigosos, como carga tóxica ou derramamento de combustível.
No Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville o treinamento é constante. Mas esta é a primeira vez que a capacitação é estendida para outros órgãos envolvidos com resgate veicular. “Buscamos sempre aplicar técnicas de resgate e salvamento com conhecimento e planejamento”, resumiu o instrutor do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville, Ricardo Vitorino.
Em uma situação de emergência, cabe aos bombeiros o gerenciamento da cena. São os profissionais do corpo de bombeiros que respondem pelo resgate de vítimas em incêndios, acidentes de trânsito, desabamentos, naufrágios, entre outros, e também pelas condições de segurança dos demais profissionais envolvidos no atendimento.
Em um caso de acidente de trânsito com vítimas encarceradas e derramamento de combustível, por exemplo, os bombeiros fazem neutralização do risco de explosão, a estabilização do veículo, o resgate e transporte dos acidentados para uma área segura onde os socorristas do SAMU farão, então, o atendimento clínico.
“A diferença entre a vida e a morte de uma vítima de acidente é a eficiência no resgate e atendimento clínico executados ao mesmo tempo, com procedimentos alinhados, em perfeita sintonia”, ressalta Vitorino.
Avaliações
Adriano Luiz Flores, técnico em enfermagem, está há 11 anos no SAMU, desde que o serviço de atendimento foi implantado em Joinville. Além da capacitação em si, para ele o treinamento serviu para “abrir” os olhos sobre a complexidade do resgate veicular e a necessidade de segurança, tanto dos profissionais envolvidos no atendimento quanto dos terceiros, na cena dos acidentes.
“Isso porque fizemos os exercícios em ambiente controlado, imagina então como é em uma situação real”, pondera. A partir da vivência de resgate veicular, proporcionada pela semana de treinamento, ele diz que os profissionais do SAMU passaram a entender melhor o trabalho dos bombeiros e da necessidade de solicitar o apoio.
Para a coordenadora do Samu municipal, Fabiane Voss, o curso de resgate veicular proporcionou troca de experiência única, de se colocar no lugar do outro profissional que ali está em prol de único objetivo, salvar vidas. “Todos que participaram saíram com mais expertise no atendimento pré-hospitalar e conscientes do seu papel em um evento adverso, seja ele leve ou grave”.
Fabiane Voss também agradeceu o Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville e a Secretaria Municipal de Saúde, que proporcionaram evento tão instrutivo. “Levaremos cada lição para nossas vidas pessoais e profissionais”.
Estrutura do SAMU
A capacitação envolveu trinta profissionais do SAMU Joinville (condutores socorristas, técnicos em enfermagem e enfermeiros). Eles foram divididos em duas equipes e passaram por 40 horas/aula, intercaladas entre teoria e prática, no Centro de Treinamento dos Bombeiros Voluntários (CT), na rua Dona Francisca, Distrito Industrial.
O Samu municipal, vinculado à Secretaria de Saúde de Joinville, conta com 32 servidores e quatro viaturas de suporte básico (USB). Cada unidade atua com dois profissionais – um condutor socorrista e um técnico em enfermagem socorrista.
Atribuições
Tanto os Bombeiros Voluntários de Joinville quanto o SAMU fazem atendimento pré-hospitalar (APH) – o resgate veicular é uma dessas situações. A diferença é que cabe aos bombeiros as ocorrências onde há trauma. Já o SAMU, além dos atendimentos desta natureza, atuam também em emergências clínicas.
No primeiro quadrimestre deste ano, os Bombeiros Voluntários de Joinville fizeram, em média, 342 atendimentos pré-hospitalar por mês. O tempo de resposta (da chamada a assistência) foi de 8 minutos.
O Serviço Móvel de Urgência presta socorro em casos de urgência contribuindo para reduzir a mortalidade, o tempo de internação e as sequelas por falta de socorro precoce. Funciona 24 horas por dia e, segundo o gerente de Urgência, Emergência e Articulação Hospitalar, Evandro Rodrigues Godoy realiza, em média, mil atendimentos por mês.