O Centro de Atividades Técnicas (CAT), setor responsável pela análise dos projetos de prevenção e combate a incêndio e pânico, e pelas vistorias para habite-se e funcionamento, do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville (CBVJ), encerrou em outubro a digitalização de todos os documentos recebidos, desde a sua implantação, em 1985. A digitalização do acervo de projetos do CAT, acumulado nos 37 anos de trabalho, demorou seis anos e foi executado por menores aprendizes que colaboram no setor. Os materiais estavam guardados em 1.360 caixas.
Procedimento contemplou todas os documentos da atividade de prevenção a incêndios e pânico, desde 1985
De acordo com o coordenador do CAT, o bombeiro voluntário e engenheiro Luciano Mendonça Seiler, o projeto de digitalização do acervo somente foi possível graças a parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon Joinville), que adquiriu um equipamento multifuncional de grande porte, com o qual foi possível escanear os projetos e documentos.
“Esse processo consolida nossa proposta de zero papel no processo de análises e mesmo de consultas ao acervo,” diz Mendonça. Ele lembra que desde meados de 2020 o CAT já tramita os projetos somente em ambiente online. “Agora, no momento das visitas aos empreendimentos, por exemplo, os vistoriadores se apoiam no uso dos arquivos digitalizados pelos tablets, tendo acesso a todos os documentos daquele processo em tempo real em campo. É um ganho significativo em produtividade e agilidade, com benefícios diretos aos cidadãos,” garante.
Curiosidades – O Centro de Atividades Técnicas do CBVJ foi ativado tão logo o município de Joinville implantou a lei de prevenção e combate a incêndio e pânico, em 1985, passando a adotar em Dezembro de 2015, através do decreto municipal 26193/2015, a legislação estadual. Por causa da antiguidade, o acervo digital guarda as plantas de projetos de prevenção de muitas construções que já nem existem mais e, ainda, dos principais prédios públicos da cidade, indústrias, comércio, condomínios e edificações multifamiliares.
Está preservada, por exemplo, o projeto de prevenção a Incêndios e a última vistoria nos 2.881 metros quadrados de área construída do Colégio Estadual Conselheiro Mafra – a unidade de educação da rede estadual mais antiga de Joinville, inaugurado em 1911 – feita em de 2012, mesmo ano do seu fechamento.
O projeto de prevenção nos 2.819 metros de área do Farol, localizado na esquina das ruas Dr. João Colin e Max Colin, uma referência na paisagem urbana da cidade – Agência Ford entre 1954 a 1968; estação rodoviária, de 1971 a 1973; sede do Poder Executivo, entre 1974 a 1996, e tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal em 2005 – também está documentado.
No mesmo acervo, estão os projetos dos museus, da Catedral São Francisco Xavier e da Igreja da Paz, cujo projeto de revitalização, que atendeu as normas de prevenção – foi entregue para a comunidade no dia 6 deste mês. “Temos, aqui, parte da memória da cidade, no que concerne a legislação de prevenção e combate a incêndio, com fidelidade de informação,” observa Mendonça.
O acesso a este acervo atualmente é restrito aos procedimentos internos, e a consulta e obtenção de arquivos pode ser feita pelos responsáveis legais dos imóveis ou responsáveis técnicos dos processos, diretamente no Centro de Atividades Técnicas da corporação, de forma gratuita, assim como todos os demais procedimentos realizados pelo setor.