A corporação anfitriã do 5º Desafio Nacional de Trauma e do 4° Encontro Catarinense de Trauma foi representada por cinco equipes, três delas na categoria em desenvolvimento, tanto nas provas do nacional quanto do estadual. Nas edições de 2018, 2019 e 2020 do Estadual, somente duas duplas dos Bombeiros Voluntários de Joinville participaram e, no Nacional, são estreantes. Para eles, o maior desafio, a partir dessa experiência, é manter o ritmo de treinamentos e multiplicar o conhecimento que adquiriram a partir da observação das provas e conversa com os avaliadores.
Duplas de socorristas participam de provas no 5º Desafio Nacional de Trauma e no 4° Encontro Catarinense de Trauma
O 5º Desafio Nacional de Trauma e o 4° Encontro Catarinense de Trauma foram realizados pelos Bombeiros Voluntários de Joinville (CBVJ), de 21 a 23 deste mês, no ExpoCentro Edmundo Doubrawa, como parte do calendário de comemoração dos 130 anos da corporação, completados em julho passado. O evento é promovido pela Associação Brasileira de Resgate e Salvamento (ABRES) – representante da World Rescue Organization (WRO) desde 2013 quando o país se estabeleceu como membro – e, em SC, tem o apoio da Associação dos Bombeiros Voluntários no Estado de Santa Catarina (ABVESC).
Os dois eventos são seletivos para os encontros Nacional, Sulamericano e Mundial de 2023. Esta edição, que contou com a participação de 65 duplas de seis estados (RS, SC, PR, MS, SP e MG), teve o patrocínio da Catarinense Nutrição, SOS Sul, Hasic, TechSul Medical, Toht Lifecar, Desmodus, Clamed Farmácias, Orbenk , Caminhões e Cia., MSA the Safety Company, MG Higiene e Limpeza e Posto Zandoná.
O que eles disseram – Para uma das duplas mais experientes da casa, Mariana Borges (participou da segunda e terceira edições) e Thayse Batista (participou da terceira edição), este ano o Encontro de Trauma trouxe situações mais complexas, com vítimas apresentando casos clínicos e de trauma, e cenários mais bem elaborados quando quando comparados com as das edições anteriores. “Os avaliadores também foram mais minuciosos,” disse Mariana. Já para Thayse Batista o feedback dos avaliadores mostra evolução na qualidade do atendimento. Para ambas, a seletiva interna realizada em agosto e o maior número de duplas de colegas do CBVJ já é uma vitória.
A dupla formada por Maycon Rodrigo Schuta e Fernando Borges estreou no evento, tanto no estadual quanto no nacional, o que trouxe sentimento de gratidão por estar ao lado de equipes experientes, inclusive em provas do Mundial. “A experiência é fantástica. Embora a gente se esforce sempre para dar o melhor atendimento, os avaliadores nos apontam pontos críticos. Aprendemos bastante,” disse Borges. “Ao mesmo tempo que temos muita responsabilidade em representar a corporação anfitriã, também é um privilégio estar ao lado de tantos socorristas experientes e aprendendo com eles,” observou Schuta. Para ele, o desafio a partir de agora é treinar, treinar e treinar. Ambos disseram que estão comprometidos com grupo interno dedicado a adotar e replicar os protocolos preconizados pela plataforma do Encontro e Desafio.
Outra dupla de estreantes, Bruna Córdova e Tiago Oliveira, também destacou a responsabilidade de representar a corporação de voluntários mais antiga do país no Estadual e Nacional. “Mais que um desafio, foi uma experiência gratificante ter um médico avaliador para te orientar sobre o procedimento correto,” disse Tiago. Para Bruna, a condição de aprimoramento supera a “pressão” de ter um observador tão próximo, além do público. “O que aprendemos vai se refletir no atendimento na rua”, garantiu.
“A quantidade de aprendizado que vamos levar daqui é inenarrável”, resumiu com humor o socorrista Rafael Bastos, que fez dupla com Rocha e Filipy Dunquer para formar a Equipe Joinville Delta. “A responsabilidade em levar esse conhecimento para a corporação, e no atendimento à sociedade, é indescritível. Foi um grande laboratório. A parte mais enriquecedora foi o debriefing com os avaliadores,” afirmou.
Dunquer, por sua vez, disse que se sentiu privilegiado em participar dos eventos. “ Jamais imaginei tanto intercâmbio cultural de atendimento pré-hospitalar em um só lugar”, falou. “Na hora das provas, procurei me manter calmo e aplicar o meu conhecimento.” E a fórmula deu tão certo que a dupla apareceu quatro vezes no ranking entre os dez melhores (veja lista abaixo). Ambos têm o desejo, agora, de expandir o movimento entre os colegas e até mesmo para além dos muros da corporação, como as brigadas de emergência das empresas, exemplificou.
Gilberto Vilfredo Bielau e Marcelo Gonçalves formaram um time misto, isso porque Gilberto participou dos encontros catarinenses de 2019, em Concórdia, e de 2020, em Caçador. “A minha expectativa era muito grande por ser a primeira participação. E o aprendizado foi gigantesco,” comparou Marcelo Gonçalves. “Nas provas, aplicamos tudo o que sabíamos e somamos o feedback dos avaliadores.” “Foi minha terceira experiência. A cada ano desenvolvo mais habilidades, agrego mais conhecimento na área da saúde. Além de trocar experiências,” disse Bielau. “Agora, é levar isso para a vida, para as ruas. O que fazemos é buscar o aperfeiçoamento.”
Formação – O coordenador do curso de formação de socorristas da corporação e diretor presidente do Hospital Municipal São José – referência em atendimento a trauma na região -, Arnoldo Boege, acredita que o evento terá impacto direto na qualificação do APH uma vez que, por ter viés competitivo, estimula as equipes a treinar, estudar e a melhorar as técnicas para pontuar nos próximos eventos. “É uma competição saudável que vai beneficiar o paciente,” acredita. Ele aponta como positivo, ainda, a troca de conhecimento entre equipes de diferentes regiões do país. “Vemos aqui que um paciente igual pode ser atendido com técnicas diferentes. Isso serve para engrandecer o profissional.”
Boege também acompanhou o debriefing dos assessores da ABRES para levar as sugestões para o curso de formação dos socorristas do CBVJ, por exemplo. “É outro modo de avaliar e, consequentemente, melhorar o nosso nível de instrução”, garantiu. Segundo ele, a mudança será perceptível já a partir das próximas aulas uma vez que dois instrutores de APH – Maycon Schuta e Fernando Borges – competiram no Estadual e Nacional. “Vamos levar essa vivência para sala de aula.”
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Como foi – As provas de ambos os eventos ocorrem no ExpoCentro Edmundo Doubrawa (anexo ao Centreventos Cau Hansen). No circuito, cada dupla composta por bombeiros, técnicos em enfermagem, enfermeiros ou médicos terá 10 minutos para completar provas nas modalidades standard (uma vítima) e complex (duas vítimas) em simulados com vítimas politraumatizadas – esmagamentos, amputações, fraturas, queimaduras e possíveis outros cenários -, decorrentes de acidentes em diferentes ambientes (montanha, aquático, trabalho, trânsito, doméstico etc.).
Quem representou o CBVJ
Equipes | Socorristas |
Alfa | Maycon Schuta e Fernando Borges |
Bravo | Gilberto Vilfredo Bielau e Marcelo Gonçalves |
Charlie | Bruna Córdova e Tiago Oliveira |
Delta | Rafael Bastos da Rocha e Filipy Dunquer |
Ômega | Mariana Borges e Thayse Batista |
Classificação das duplas do CBVJ
5º Desafio Nacional de Trauma | |||
Ranking | Complex | Standard | Em desenvolvimento |
5º | Eq. Delta | ||
6º | Eq. Charlie | ||
8º | Eq. Delta | ||
9º | Eq. Alfa | ||
4° Encontro Catarinense de Trauma | |||
Ranking | Complex | Standard | Em desenvolvimento |
2º | Eq. Delta | ||
4º | Eq. Charlie | ||
8º | Eq. Alfa | ||
9º | Eq. Charlie | ||
10º | Eq. Delta |