Um dos objetivos do Comitê de Educação e Desenvolvimento de Resgate Veicular da Organização Mundial de Resgate (WRO, sigla em inglês da World Rescue Organization) é a expansão e inserção de novos atores na plataforma de educação formada pelos encontros e desafios de resgate. A quinta edição do Desafio Nacional de Resgate e a quarta do Encontro Catarinense de Resgate, realizada de 21 a 23 deste mês, atendeu ao requisito: pouco mais de 50% das duplas participaram na categoria “em desenvolvimento” e, em outros casos, um dos socorristas era estreante neste tipo de evento.
Metade das 65 equipes que participaram do 5º Desafio Nacional de Trauma e o 4° Encontro Catarinense de Trauma vivenciaram a experiência pela primeira vez
O 5º Desafio Nacional de Trauma e o 4° Encontro Catarinense de Trauma foi promovidos Associação Brasileira de Resgate e Salvamento (ABRES) – representante da World Rescue Organization (WRO) desde 2013 quando o país se estabeleceu como membro –, e teve o apoio a Associação dos Bombeiros Voluntários no Estado de Santa Catarina (ABVESC). Esta edição contou com o patrocínio da Catarinense Nutrição, SOS Sul, Hasic, TechSul Medical, Toht Lifecar, Desmodus, Clamed Farmácias, Orbenk, Caminhões e Cia., MSA the Safety Company, MG Higiene e Limpeza e Posto Zandoná.
Das 32 equipes que estiveram no 5° Desafio Nacional de Trauma, 14 eram estreantes; já no 4° Encontro Catarinense de Trauma, das 33 equipes, 16 pisaram pela primeira vez nos cenários simulados para demonstrar suas habilidades e obter o debriefing dos assessores da ABRES. “Isso mostra a adesão a essa plataforma de ensino e que estes eventos terão continuidade,” argumenta o Igor Arahon Schwingel, bombeiro voluntário, assessor da Organização Mundial de Resgate e membro do Comitê de Educação e Desenvolvimento de Resgate Veicular da WRO.
Para ele, os desafios de trauma são fundamentais para o desenvolvimento dos serviços de emergência. “Quando tratamos de serviços de emergência, entendemos que a educação é a única ferramenta capaz de desenvolver os profissionais para esta atividade a qual nos exige desenvolver habilidades para um rápido diagnóstico e acerto nas decisões sobre o tratamento das vítimas”, observa.
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Troca de experiência, gratidão, aprendizado, responsabilidade e necessidade de estar capacitado para melhor atender a pessoas que acionam o serviço de emergência foram alguns dos termos usados por bombeiros, enfermeiros e médicos das equipes que participaram do Desafio e Encontro. Abaixo, alguns depoimentos:
“É uma experiência que todos têm que passar. Não tem descrição o que se ganha de conhecimento porque é muito diferente do que vivemos no dia a dia. Quem sai ganhando com o aprendizado aqui é o nosso paciente. Quanto mais treinamento, quanto mais conhecimento e melhor desenvolvidas as técnicas, melhor será o socorro. Quem está no ambiente intra-hospitalar não tem ideia de como estava a vítima no pré-hospitalar, até chegar lá protocolada, com oxigênio e hemorragia contida, por exemplo. Essa experiência é para desenvolver nosso profissionalismo. O debriefing com os assessores é para aprendermos com o erro. Aqui a gente pode errar porque quando estamos na ‘rua’, não.” Daniela Manganelli Bueno, médica, e Silvano José Bueno, enfermeiro, equipe USA Samu Joinville, primeiro lugar na categoria em desenvolvimento do 4° Encontro Catarinense de Trauma. (Foto: Fabrízio Motta/CBVJ/Divulgação)
“Experiência incrível. Todos deveriam passar por isso porque a nossa percepção se expande. Passamos a ver procedimentos de outra forma. É pelo bem das pessoas, de quem vamos atender. Com certeza alavancarmos nosso conhecimento e vamos levar para nossa corporação. O objetivo é melhorar o atendimento, por isso a gente se expôs às dificuldades, a ser avaliado, uma situação que não é confortável, bem diferente do que passamos na ‘rua’. Não adianta vir com a mentalidade da ‘rua’ , mas levar o que se aprende aqui para lá.” Matheus Steiner, 22 anos, bombeiro voluntário há seis meses, e Murilo Thaler, 20 anos, bombeiro voluntário há seis meses nos Bombeiros Voluntários de Treze Tílias (Foto: Vilson Ferreira/CBVJ/Divulgação)
“Estávamos nervosas antes de começar a prova. Mas, a partir do momento que entramos na cena, centramos a atenção na ‘vítima’, como se fosse real. Analisamos as outras provas, tem muita coisa diferente e percebemos que algumas vezes ‘pecamos’ por nervosismo em coisas básicas. Levamos isso de lição para não errar lá fora. Aprendemos muitas técnicas diferentes, coisas que dão agilidade no atendimento, por exemplo, formas de pranchar a vítima em pé de forma adequada. Foi excelente.” Juliana Rocha Cardoso, bombeira voluntária há quatro anos, e Gilmara de Lima Muniz, bombeira voluntária há dois anos na corporação de Barra Velha. (Foto: Vilson Ferreira/CBVJ/Divulgação)
“O desafio maior é interno, de tomar a decisão de estar aqui. É uma experiência que todas as equipes de pré-hospitalar deveriam ter porque leva uma gama de conhecimento para a ‘rua’, porque o objetivo maior é sempre salvar vidas.Por outro lado, ficamos tristes em ver poucos aqui. Contudo, os que vieram, saem com a mente aberta e melhor qualificados. A nossa presença aqui vai evoluir para o bem da nossa comunidade. A nossa presença aqui vai incentivar os demais da nossa corporação. Joel Jordan Voss, bombeiro voluntário há cinco anos, e Jesmiel dos Santos Falcão, bombeiro voluntário há três anos e subchefe da corporação dos Bombeiros Voluntários de Ilhota. (Foto: Vilson Ferreira/CBVJ/Divulgação)
“É importante praticarmos e nos colocarmos à prova. Quem ganha com tudo isso é a comunidade onde estamos atendendo, que vai ter mais qualidade. A gente aprende muito aqui com a troca de experiências. Vamos levar muito aprendizado. Fabiano Rodrigues, bombeiro voluntário há oito anos, e Christofer Pereira, bombeiro militar por seis anos e voluntário há quatro nos Bombeiros Voluntários de Serafina Corrêa (RS). (Foto: Fabrízio Motta/CBVJ/Divulgação)
“O nosso sentimento é de agradecimento pela oportunidade de ter vindo, ter feito a prova; saímos daqui realizados, independentemente da classificação no ranking. Vamos levar daqui muito conhecimento. Os assessores estão nos instruindo e mostrando como fazer um bom atendimento. É gratificante a troca de conhecimento com pessoas de todo país. Uma das lições que vamos levar é conversar com a vítima e com a equipe de socorro para passar tranquilidade e confiança no que estamos fazendo.” Ingrid Silva, bombeira voluntária há três anos, e Rafael Brasil, bombeiro voluntário há oito anos nos Bombeiros Voluntários de Nova Petrópolis (RS). (Foto: Fabrízio Motta/CBVJ/Divulgação)
“É gratificante essa experiência para nos aprimorarmos e fazer a diferença lá na frente. Nos sentimos honrados pela possibilidade de integração. A gente percebe que o nosso maior patrimônio, a vida, está sendo zelada desde o começo do atendimento.” Rodolfo Vagner Xaubet, médico, e o tenente BM Hamilton José, do Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso do Sul. (Foto: Fabrízio Motta/CBVJ/Divulgação)